O mundo globalizado vem
desafiando a cada dia a capacidade do docente em trabalhar conteúdos que os
alunos entendem como não importantes. Diante de Celulares potentes, Ipods, tablets,
outros. O professor em sala de aula fica impotente.
Na maioria das vezes os
alunos vão para a escola para encontrar com os amigos, bater papo, “negociar”.
Não para assistir aula. Formadores do
Ambiente Virtual, 2012, dizem que “essa realidade
caótica, porém, pode ser problematizada e mudada pelos educadores a partir de
propostas que visem ao mesmo tempo explorar o turbilhão de informações que
esses jovens recebem todos os dias e trabalhá-los para que a arte do pensar
seja neles exercitado” (avaiat, p.1)
Pensando nesta lacuna deixada
na educação atual, estudiosos do século XXI observaram que o estudante dessa
época gosta de operacionalizar, pois a rapidez com que pensa e age não permite
que fique sentado em uma sala de aula, olhando passivamente o seu “mestre”
falar cinquenta a cem minutos.
Pedro Demo, 2010,
mostra uma pesquisa que o aluno só consegue ouvir bem apenas por vinte minutos.
Sendo assim, a melhor maneira de atrair
este aluno à sala de aula é educar pela pesquisa. A esse respeito Avaiat, 2012,
mostra que, além de ter o aluno como parceiro, “a pesquisa como
princípio educativo é, sem sombra de dúvidas, uma das possibilidades de
conduzir a educação básica no Brasil ao crescimento econômico, através do
incentivo e da aproximação dos jovens do mundo das ciências.” ( p.1)
Pensando nos pilares da educação para o século
XXI é o aprender a fazer, fazendo; já que as descobertas, inovações, os avanços
pertinentes a este momento social estão ligados ao movimento, a ação. Os jovens
de hoje são os construtores de seu próprio conhecimento. Mas a informação não
significa conhecimento. É preciso que sob o monitoramento do professor, essa
diversidade de informações seja solidificada em conhecimento pela pesquisa
científica.
O vídeo apresentado em Salto
para o futuro, que trata sobre “educação e investigação científica”, mostra o
aluno como sujeito da própria aprendizagem: “o aluno tem que entender o que
está fazendo” (França, 2011). Para Demo, 2010, o aluno deve ser o pesquisador,
não o repetidor do que o professor diz. O aluno que pesquisa aprende, o outro
some “na vala comum”.
O projeto “Mão na Massa”
apresentado no programa Salto para o futuro traz os princípios básicos propostos
por Demo, 2010, estimula a busca do conhecimento. O questionamento faz parte de
investigação. Há acolhimento às respostas dadas, pois “o melhor resultado não é
quando o aluno chega a uma única resposta correta, considerada correta pelo
professor, mas que ele (o aluno) elabore possibilidades.” (França, 2011)
Outros aspectos importantes
sobre o educar pela pesquisa são trazidos dados por Paulo Rosa, 1995, que
questiona a forma como as feiras de ciências eram (e são) construídas e
apresenta um objetivo claro, entretanto um conceito nada convencional do que se
tem visto em autores mais tradicionais,
A feira é simplesmente uma mostra para a comunidade de algo que já foi
feito pelos alunos ao longo de determinado período de tempo e deve ser um
reflexo dos trabalhos escolares em Ciências. A feira existe porque existem os
trabalhos e não o contrário: trabalhos a serem realizados porque vai haver uma
feira. (p. 224)
O trabalho realizado pela professora Dara
desmitifica a ideia de muitos professores que os alunos elaborando em sala de
aula não aprende, ao contrário, instrui. Segundo França, 2011, “aluno que é
submetido ao método de investigação científica melhora o rendimento,” pois que
“de acordo com a percepção reconstrutivista, a educação é um processo
dinâmico que precisa ser contínuo e instigador, tendo como suporte a noção do
sujeito que se emancipa através de sua consciência crítica e da capacidade de
elaborar propostas, de criar.” (Avaiat, 2012, p. 3)
Assim, o trabalho desenvolvido pela equipe do Colégio
Heitor Villa Lobos, apresenta os princípios sugerido por Rosa, 1995. Adequação
ao Currículo – era uma atividade programada no componente da aula dada pela
professora Dara para uma aula sobre a água; há uma regularidade – o professor
programou, não fez a experiência em última hora; a pesquisa como elemento
educativo – houve a aplicação
dos procedimentos científicos adequados: observação, medição, análise,
levantamento de hipóteses, tomada de decisões, obtenção de conclusões.
Os alunos descobriram
os resultados a quem se propuseram. Pois, “desenvolver os processos de ensino e
aprendizagem utilizando a pesquisa como modalidade didática significa
desenvolver os processos educacionais com o intuito de favorecer a formação de
alunos críticos e autônomos, capacitando-os para intervir na realidade com
qualidade formal e política.” (Avaiat, 2012, p. 7)
Genilda Melo
Graduada em Letras, especialista
em Estudos Comparados em Literaturas de Língua Portuguesa, especialista em
Gestão Escolar, Mestranda em Educação.
REFERÊNCIAS
AVIAT.
Fundamentos e práticas da educação científica. http://eadiat.sec.ba.gov.br/mod/book/view.php?id=13815
. abril de 2012.
DEMO, Pedro . Educar pela pesquisa. http://www.youtube.com/watch?v=Vra4hclt7kw 09.11.2010
FRANÇA,
Carlos. Educação e Investigação. http://www.youtube.com/watch?v=R6qVI7zLf3o&feature=player_embedded
. 30.05.2011
ROSA,
Paulo Ricardo da Silva. Algumas questões relativas a feiras de ciências: para
que servem e como devem ser organizadas. Cad.Cat.Fis., v.12, n.3: p. 223-228,
dez. 1995.